sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Cartas de amor



"Todas as cartas de amor são ridículas. Não seriam cartas de amor se não fossem ridículas...mas, afinal, só as criaturas que nunca escreveram cartas de amor é que são ridículas." - Álvaro de Campos (Fernando Pessoa)

Quanta sensibilidade, dolorosa sensibilidade, Álvaro de Campos manifesta nestas palavras. Porque só quem escreve cartas de amor sabe o que elas carregam. Aquelas ridículas cartas de amor, por vezes manchadas com lágrimas, aquelas ridículas palavras adocicadas, palavras que só quem ama tem a coragem de dizer, de escrever, de marcar... Cartas de amor escritas no próprio corpo, na pele de quem ama... cartas de amor que nunca foram entregues. Cartas de amor que carregam a doçura e a dor. Cartas daqueles que esperam e daqueles que são esperados. Te dou um algodão doce no meio do parque e ali você percebe quão doce posso ser...
Ridículas cartas de amor, ridículas atitudes de amor...ridículas demonstrações de afeto... Tchubaquinhas, bigurrilhos, xuxuzinhos, coração, mimimis de apelidos...ridículos apelidos que o amor constrói.
E isso tudo, de tão ridículo, se torna delicioso! Por que, afinal, só quem nunca passou por isso é que é ridículo. Ou melhor, quem se priva disto, destas coisas que o amor permite, é que se torna ridículo, já dizia Álvaro de Campos. Delícia receber cartas de amor...delícia ver nos olhos de quem as recebe a emoção de sentir-se amado! Delícia de ver que em uma multidão, aquele ser do teu lado te percebe e te quer ali! Delícia saber que o ser amado quer mesmo aquelas demostrações públicas de afeto. Delícia encontrar um olhar no meio de mil olhares e saber que aquele lugar ali do teu lado está mesmo guardado para ele. Delícia é ser amado eternamente, incondicionalmente e infinitamente...e saber que isso vai ser sempre assim, pq apesar de sermos ridículos aos olhos de quem não ama e muitos julgarem isso como um erro, os amores sabem-se verdadeiros e só buscam uma brecha no espaço e no tempo para se identificarem no ciclo da vida.
Por isso as cartas de amor são assim: ridiculamente doces e apaixonadas. Porque quem as escreve sabe que está escrevendo no meio da alma de alguém. Quem as escreve sabe que está guardando ali naquele coração um pedaço seu e seu mais nobre sentimento. Nada substitui as cartas de amor...os bilhetes no caminho, os recados escondidos pela casa. Nada substitui sentimento das cartas de amor!

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Tempo x planos





-Calma! Eu tenho um plano!

Ela dizia sentada no meio-fio da calçada e olhando o sol enquanto este parecia adormecer.
Ele coçava o queixo buscando uma sensação, a olhava e rapidamente voltava seus olhos para o horizonte a retrucando:

-Agora não tem como...só em uns dois anos de repente...

Dois anos era muito tempo... Sua felicidade urgia, gritava por aquele momento...pela concordância sensata e leal dele. Afinal, ela tinha um plano. Mas o detalhe fatal é que o plano era dela, e não dele!
Contorcionista do amor, não criava mais fábulas...procurava acabar também com a criação das expectativas.
Guardou projetos no fundo de uma gaveta sem fundo. Empacotou os sonhos para viagem e decidiu que para vender sonhos, ela também deveria crer que eles são altamente realizadores e possíveis.



domingo, 15 de janeiro de 2012

Tendo a Lua - Pitty e Paralamas



Eu hoje joguei tanta coisa fora
Eu vi o meu passado passar por mim
Cartas e fotografias gente que foi embora
A casa fica bem melhor assim
O céu de Ícaro tem mais poesia que o de Galileu
E lendo teus bilhetes, eu lembro do que fiz
Querendo ver o mais distante e sem saber voar
Desprezando as asas que você me deu
Tendo a lua aquela gravidade aonde o homem flutua
Merecia a visita não de militares,
Mas de bailarinos
E de você e eu
Eu hoje joguei tanta coisa fora
E lendo teus bilhetes, eu lembro do que fiz
Cartas e fotografias gente que foi embora
A casa fica bem melhor assim
Tendo a lua aquela gravidade aonde o homem flutua
Merecia a visita não de militares,
Mas de bailarinos
E de você e eu
Tendo a lua aquela gravidade aonde o homem flutua
Merecia a visita não de militares,
Mas de bailarinos
E de você e eu.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012



Amar? ... se aprende!!!
Amor? ... se sente!!!

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012



Não faz sentido algum uma moça alegre, ser triste.
Só uma coisa faz sentido...o sentir... mas e agora? O que sinto???
As reticências não estão mais no final...estão no meio. E no meio disso tudo, estou eu.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012



Permita Deus que eu não pare nunca... Mas que eu pense sempre de acordo com a razão e sintonize com o que quer meu coração...

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Distante de mim

Já não me reconheço nem mais na frente do espelho... Onde eu estou? Onde me perdi?
Quando foi que deixei isso acontecer? Estou tão distante de mim...
Meu coração tão generoso se perdeu dentro de si mesmo e agora mergulha em águas escuras... Onde foi parar a criatividade? O braço do abraço... o labirinto do amor?
Brinquei com o destino, espiei demais e ele me roubou...mas me quero de volta e agora não sei como fazer...
Onde está o perdão? O amor eterno, incondicional e infinito? Achei que era fácil ir ali...achei que fosse fácil apagar, riscar de novo, apagar de novo...arrancar a página... Mas as páginas da vida são eternas... por mais que eu acorde em outras vidas, as páginas escritas são eternas. E a vida de agora, eu deixei para depois...Porque a vida de antes eu vivi e não senti.  Resta a ressignificação. Todavia, a eternidade é tempo demais. Cadê meu presente precioso? Esqueci meu presente no passado e acabo vislumbrando no futuro... Onde eu estou agora? Onde está a paciência que morava aqui? Eu tão distante de mim...me busco, me quero de volta...de volta pra mim.