quinta-feira, 30 de agosto de 2012

A dor do silêncio



Já não sei o que se passa... tudo, repentinamente, virou incógnita... Procuro explicações até no quadro da parede, na fechadura da porta... olho pela janela, procuro atrás dos postes...nas esquinas...procuro o rastro... em vão! Perdi o compasso, o ritmo, a alegoria, a alegria...
Onde está o que mais dentro de mim vivia???
Quando eu penso no teu rosto, nos teus olhos me fitando...a saudade dói ainda mais...
Fim deveria acontecer só no fim...e não no meio... 
O durante sempre foi a melhor parte...durante o beijo, durante o olhar, durante o abraço, durante o toque...durante todo o amor que eu sinto...
E o "enquanto dure..." deveria ser para sempre... Ok...sei que "para sempre" não existe... mas neste conto de fadas que eu vivi enquanto morei no teu abraço, poderia existir né?... ou ao menos que o "enquanto" durasse bem mais... ficou tanto por viver...tanto por conhecer... tanto sentir para permanecer...
Sabe quando a gente acha um aconchego? Pois é...tenta sair dele...tenta ver o turbilhão que acontece lá dentro do estômago... como se algo fosse te desmanchando vivo...não é só dor não...é algo que destrói mais um pouco do que restou...é algo que faz teu coração tremer de medo do que vai sentir...e já sente e se dói inteirinho como se fosse arrancado e ficasse batendo sozinho...descompassado...dói...até o fim...até o último soneto, até a última estrofe...até a última nota...
Talvez eu me acorde com você soprando meu rosto... eu ouvindo tua risada...o sol entrando devagarinho por entre as frestas da janela...eu me espreguiço, você me abraça, passa a barba na minha nuca...me desperta, me beija...e a música volta a tocar...


"Enquanto houver você do outro lado
Aqui do outro eu consigo me orientar
A cena repete a cena se inverte
Enchendo a minha alma daquilo que outrora eu deixei de acreditar
Tua palavra, tua história
Tua verdade fazendo escola
E tua ausência fazendo silêncio em todo lugar..."

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